Um fator relevante é fato de que
passamos a maior parte da vida apreendendo como ganhar dinheiro, e não em como
gastá-lo.
Nesta área, muitos não querem ver
realidade e nem falar sobre o assunto, e, ao se perceberem em um caos
financeiro ficam irritados, se sentem vítimas, culpam os governantes, acusam os
demais membros da família, porém ninguém se dedica a tratar este assunto com a
seriedade que ele merece.
Como resultado, outros problemas
surgem associados à desordem financeira, tais como problemas de saúde,
desconfortos, angústia, depressão, tensões nos relacionamentos, murmuração,
ingratidão, brigas, incredulidade, desonestidades, falta de entrega do dízimo
etc.
Um outro aspecto a ser considerado é
que ninguém se dedica ao aprendizado de finanças (Educação Financeira) visando
desenvolver as habilidades necessárias para alcançar um mínimo de controle
nesta área.
A maioria das pessoas vive seguindo
a multidão, acreditando em todos os mitos financeiros popularizados ao longo
dos anos, que só levam a uma desordem ainda maior.
Vários são os mitos, mas vejamos os
mais recorrentes:
# Coisas
trazem felicidade...
# DIVIDAS
são previsíveis e inevitáveis...
# Um pouco
mais de dinheiro solucionaria todos os problemas...
# Não fazer
orçamento porque nunca sobra nada mesmo...
# Poupar é
investimento, então é só para quem tem sobrando...
# Eu
consigo lidar com o meu cartão de crédito...
Invocando a “sabedoria” popular, quase
todo mundo tem uma fórmula (simples, fácil e errada) para lidar com dinheiro,
mas na realidade não existem fórmulas, mas somente princípios que podem ser
aplicados.
2 – Deus se importa com as nossas
finanças
A Bíblia
fala claramente sobre dinheiro. Nos evangelhos, Jesus falou, proporcionalmente,
mais sobre dinheiro do que sobre qualquer outro tema, (uma a cada 6 versículos,
dos evangelhos, tratam deste assunto);
E, 16 das
38 parábolas de Jesus focam no uso certo ou errado dos bens materiais.
Portanto,
Deus se preocupa com nossas finanças e como fazemos uso dos recursos que ele
deixa sob a nossa responsabilidade.
As crises
sempre trarão dificuldades extras, porém a maioria delas ainda revela uma
situação prejudicial já existente nas finanças pessoais e familiares.
Entretanto,
os momentos de crise, embora gerem desconforto, se apresentam como uma grande
oportunidade de promover a união
conjugal e familiar, de despertar talentos desconhecidos, de exercer a
liderança e exercitar a dependência de Deus.
3 - Princípios para a Liberdade financeira:
Tratar das
finanças começa por acertar o nosso relacionamento com Deus, sem isso nenhuma
estratégia funcionará. A seguir apresento 5 (cinco) princípios que são
aplicáveis à tudo, mas sobretudo essenciais à vida pessoal com Deus no que
tange a alcançar a tão sonhada liberdade financeira:
I – Reconhecer
a Deus como seu provedor. Exercitar a dependência.
Reconheça o Senhor em todos os seus
caminhos, e ele endireitará as suas veredas. Prov 3:6
II -
Investir, ou plantar, vem antes de colher - Não mude esta ordem natural deixada
por Deus. Plante as suas sementes.
Quem
cultiva sua terra sacia-se do pão, quem corre atrás de ilusões se fartará de
miséria. Prov . 28:19
III – Ser
paciente. Todas as estratégias levam um tempo ara dar resultado. Use o tempo a
seu favor.
E foi assim que, depois de esperar
pacientemente, Abraão alcançou a promessa. Hebreus 6:15
IV - Esperar
resultados – Exercite a fé, foque a sua mente no que você quer e esqueça o que
não quer. Toda vez que o desânimo e o medo chegar, expulse-os de sua mente e
exercite a sua fé, faça isso quantas vezes for necessário durante o dia.
Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.
2 Coríntios 5:7
V – Ser
grato. Quando o resultado chega, a tendência é aumentar o orgulho pessoal e se
esquecer de Deus. Reconheça as benções e os recursos dos céus para sua vida.
Glorifique sempre a Deus.
Portanto, não digas no teu íntimo: ‘A minha
força e o poder do meu braço me conquistaram estes bens e riquezas. Deuteronômio
8:7
Leia estes
princípios todos os dias pela manhã, para que sua mente seja orientada por
eles. Depois começa a desenvolver novos hábitos através de ações práticas, do
dia a dia, para organizar as finanças.
A
Administração das finanças pode ser dividida em 4 (quatro) áreas básicas:
Reservas, Despesas, Receita e Dividas. A gestão correta destas áreas
proporciona a retomada do controle sobre a vida financeira para alcançar o
sucesso nos objetivos pessoais e familiares.
4- Gestão Estratégica das 4 (quatro) áreas
Ao colocar
as 4 áreas diante dos próprios olhos, é preciso fazer um exercício para
enxergar a realidade. E isso pode ser feito através de um mapeamento dos
hábitos financeiros com o objetivo de construir um orçamento.
O
orçamento nada mais é do que um alista, planilha ou relatório de todas as
despesas, receitas, reservas e dividas de curto, médio e longo prazo.
Depois de
feito este orçamento, a primeira atitude sábia é: “se descobrir que está num
“buraco”, Pare de cavar!!!
Desta
forma, não procure atalhos em empréstimos, prestações, refinanciamentos,
“fiados”, cheque pré, aumento de limite de especial, cartão de crédito, e
muitos outros usados para manter o
padrão de vida atual. Pare!
Após
encarar a realidade e parar de aumentar o problema, a estratégia é fazer um
plano que abranja estas 4 (quatro) áreas, pois ter um plano é essencial para
implantar a gestão e ter chances de resultado:
Os planos bem elaborados levam à
fartura; mas o apressado sempre acaba na miséria. Prov. 21:5
I - Reservas:
Começo com
as reservas, justamente para quebrar um dos mitos populares de que não há como
ter reservas, pois a maioria diz que não sobra nada no fim do mês. Também
porque a poupança (ato de poupar) não faz parte da nossa cultura.
Todavia a
reserva é essencial para o sucesso do gerenciamento financeiro, imprescindível
nos momentos de crise e evita contrair novas dívidas e aumentar o “buraco”.
Portanto gerencie sua vida financeira visando a criação de uma reserva,
com valor de no mínimo um orçamento mensal, o ideal são 6 orçamentos. Mas no
inicio qualquer valor serve, pois o importante é começar.
Para isso, não pense em construir uma reserva com o que sobre, mas trate
como uma das despesas.
“O homem
de bom senso economiza, e tem sempre bastante comida e dinheiro em sua casa, o
tolo gasta todo o seu dinheiro assim que o recebe.” Prov. 21:20.
II - Despesas:
As
despesas são os gastos, todos eles, de qualquer categoria. Para facilitar o
entendimento considere “Despesa” como tudo aquilo que tira o dinheiro do bolso.
Algumas estratégias para estancar as despesas:
# Adquira coisas pelo valor e não pelo preço;
#Planeje a compra para que seja à vista;
# Mude seus hábitos e de toda a família;
#Controle os “pequenos gastos”;
#Corte as despesas não prioritárias;
#Elimine os “grandes gastos”;
#Planeje para se divertir sem custo, ou baixo custo;
#Aproveite ao máximo o que já possui; Adie ao máximo as compras;
#Não compre por impulso;
#Liquidação não é vantagem se não
precisar do que está em oferta;
#Ajuste as despesas bancárias; (reduzir
ao máximo, quase zero);
#Economize
em tudo. Elimine os desperdícios.
A estabilidade financeira é fruto da gestão das despesas fixas.
Gerencie as despesas visando à geração de sobras ou excedentes, pois é
com estes valores que serão pagas as dívidas.
III - Receitas:
As
receitas são as entradas de dinheiro e recursos. Para facilitar o entendimento
considere “Receita” como tudo aquilo que põe o dinheiro no bolso.
Algumas estratégias para gerar receitas:
#Trabalhar em atividades extras (Ação de curto prazo e foco definido);
#Vender os objetos supérfluos, ou de pouca utilidade;
#Vender bens de valor alto (substituir por outro ser for util)
#Vender bens de custo elevado;
#Economizar 10% de cada categoria do orçamento
A maioria das pessoas enxerga a sua vida financeira do ponto de vista do
que ganha (e, sempre com insatisfação). Todavia o que importa é o quanto
sobra, portanto encare sua vida financeira sempre do ponto de vista do que
sobra. E, gerencie o orçamento para GERAR sobras ou excedentes.
IV - Dívidas:
As dívidas
precisam ser eliminadas, porém isso pode levar tempo, e sem uma estratégia de
ações eficazes não haverá resultado proveitoso e as dívidas tendem a aumentarem
ao longo dos anos.
Controle
as despesas e tente aumentar as receitas, sem isso não será possível fazer um
plano de pagamento das dívidas.
Com o
valor excedente após a gestão das áreas anteriores haverá um montante (ainda
que pequeno) para ser direcionado aos credores. Entretanto, é fato que não
haverá dinheiro suficiente para pagar todos ao mesmo tempo, então será necessário
fazer escolhas de acordo com critérios pré estabelecidos.
Elabore um
plano de quitação para cada dívida, tente
renegociá-la com a menor taxa juros possível, lembrando que o importante
não é a taxa de juros, mas sim o CET (Custo Efetivo total). Pergunte sempre
qual o valor do CET, e faça a opção pelo percentual menor.
Na gestão
financeira será necessário renegociar todas as dívidas, trocando as de juros (CET)
maiores por juros menores, obtendo descontos, prazos... etc.
Algumas estratégias para gerenciar as
dívidas:
#Estude
cada caso;
#Pague primeiro
as dívidas com os juros maiores;
#Estude a
troca de juros rotativos por fixos;
#Considere
usar a portabilidade;
#Livre-se
das dívidas!
#Encontre
ajuda imparcial.
#Considere
o Tempo
Por fim, é
necessário lembrar que o plano de recuperação financeira, leva tempo, alguns
anos, e o maior perigo é relaxar quando as coisas começarem a melhorar e
colocar tudo a perder. Estabeleça de imediato a duração do plano e de cada
etapa ou estratégia especifica para manter o foco. Cuidar das finanças pessoais
e familiares é uma tarefa permanente.
Mesmo
quando tudo vai bem e a situação está equilibrada, o conselho do sábio é uma
gestão contínua e preventiva da vida financeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário